17 junho 2015

Cinquenta e dois - Foi preciso um sonho

Estou numa daquelas fases mais própria de uma adolescente de 15 anos do que de uma quase adulta de 18. Estou interessada num rapaz de tal modo que até sonho com ele. Sim, ando a sonhar, literalmente, com ele. O sonho do qual tenho mais memória foi um que tive há uns dias e que me fez pensar que isto era mais grave do que parecia. Para vos contextualizar, o dito rapaz já “comeu” uma amiga que temos em comum, duas vezes, sempre mais bêbado do que sóbrio, tanto ele como ela. O mesmo rapaz nunca deu a entender que estava interessado em mim mas eu, por qualquer motivo desconhecido, achei, a certa altura, que sim e desde então que ando nisto de “gostar dele”. Mas vamos ao assunto porque o que interessa aqui não é nada disto mas sim o sonho em si.
Por alguma razão que ainda não decifrei o sonho começa comigo e com todas as pessoas da faculdade que me são mais próximas num jardim/parque/espaço verde, à noite. Estão todos trajados menos eu, que trajo numa casa-de-banho cheia de pressa e dizendo mil e uma asneiras mais à frente no sonho. É a caminho dessa mesma casa-de-banho que encontro o tal rapaz. Olho para ele mas continuo a caminhar em frente. Quando estou quase a entrar pela porta sinto uma mão a agarrar-me o braço e a puxar-me com força. Sem ter tempo de perceber o que se está a passar ele beija-me. Mas não foi um beijo sem graça. Foi tão intenso que mesmo passados alguns dias deste sonho ainda consigo lembrar-me, como se tivesse sido real. Acho que já estão a perceber o tipo de beijo que foi, adiante. Depois de me beijar durante o que pareceu ser o melhor minuto da minha vida ele afastou os lábios e ficou a olhar para mim com a respiração ofegante. A minha reação imediata foi soltar uma gargalhada quase inaudível pela falta de ar. Ele riu também. Ficámos durante uns momentos a olhar nos olhos um do outro até que ele decidiu falar. Explicou-me que já andava há algum tempo para me beijar mas que quando tinha oportunidade a coragem falhava sempre porque tinha medo que eu não quisesse. Expliquei-lhe que eu andava também há algum tempo para dizer alguma coisa mas que não o tinha feito porque achava que ele não queria nada comigo. Disse-lhe que o facto de ele se ter envolvido duas vezes com a mesma rapariga, mesmo estando bêbedos, me tinha deixado de pé atrás e que a maneira dele falar comigo quando estávamos em grupo me fazia pensar que o interesse dele em mim não passava de imaginação minha. Ele afirmou que o que tinha feito com a outra rapariga não significava nada e que de certo modo tinha sido uma maneira de testar o que eu sentia por ele. Ri-me mais uma vez e perguntei-me como é que tínhamos sido tão parvos os dois e não nos tínhamos apercebido que estávamos realmente interessados um no outro. Depois lembro-me de beijá-lo mais uma vez e de ouvir alguém gritar o meu nome e correr para mim com um saco. Como tinha dito, trajei na casa-de-banho muito a correr e foi aí que acabou o sonho.

Tenho uma imagem muito viva de algumas partes deste delírio. A parte do beijo é a que me lembro melhor e a que me deixa mais triste por tudo isto não passar de um sonho. E aqui está a miúda de 15 anos a vir à tona. Não, podem rir-se à vontade. Eu deixo e até vos acompanho que é para não chorar.

E sim, foi preciso este sonho para vir aqui escrever alguma coisa. Este blog está com mais teias de aranha que o curral onde a minha avó guarda as cebolas. Pode ser que depois dos exames eu venha aqui dar uma limpeza e contar-vos as novidades dos últimos tempos mas não prometo nada que é para não falhar.

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