Estou numa daquelas fases mais
própria de uma adolescente de 15 anos do que de uma quase adulta de 18. Estou
interessada num rapaz de tal modo que até sonho com ele. Sim, ando a sonhar,
literalmente, com ele. O sonho do qual tenho mais memória foi um que tive há
uns dias e que me fez pensar que isto era mais grave do que parecia. Para vos
contextualizar, o dito rapaz já “comeu” uma amiga que temos em comum, duas
vezes, sempre mais bêbado do que sóbrio, tanto ele como ela. O mesmo rapaz
nunca deu a entender que estava interessado em mim mas eu, por qualquer motivo
desconhecido, achei, a certa altura, que sim e desde então que ando nisto de
“gostar dele”. Mas vamos ao assunto porque o que interessa aqui não é nada
disto mas sim o sonho em si.
Por alguma razão que ainda não
decifrei o sonho começa comigo e com todas as pessoas da faculdade que me são
mais próximas num jardim/parque/espaço verde, à noite. Estão todos trajados
menos eu, que trajo numa casa-de-banho cheia de pressa e dizendo mil e uma
asneiras mais à frente no sonho. É a caminho dessa mesma casa-de-banho que
encontro o tal rapaz. Olho para ele mas continuo a caminhar em frente. Quando
estou quase a entrar pela porta sinto uma mão a agarrar-me o braço e a puxar-me
com força. Sem ter tempo de perceber o que se está a passar ele beija-me. Mas
não foi um beijo sem graça. Foi tão intenso que mesmo passados alguns dias
deste sonho ainda consigo lembrar-me, como se tivesse sido real. Acho que já
estão a perceber o tipo de beijo que foi, adiante. Depois de me beijar durante
o que pareceu ser o melhor minuto da minha vida ele afastou os lábios e ficou a
olhar para mim com a respiração ofegante. A minha reação imediata foi soltar
uma gargalhada quase inaudível pela falta de ar. Ele riu também. Ficámos durante
uns momentos a olhar nos olhos um do outro até que ele decidiu falar.
Explicou-me que já andava há algum tempo para me beijar mas que quando tinha
oportunidade a coragem falhava sempre porque tinha medo que eu não quisesse.
Expliquei-lhe que eu andava também há algum tempo para dizer alguma coisa mas
que não o tinha feito porque achava que ele não queria nada comigo. Disse-lhe
que o facto de ele se ter envolvido duas vezes com a mesma rapariga, mesmo
estando bêbedos, me tinha deixado de pé atrás e que a maneira dele falar comigo
quando estávamos em grupo me fazia pensar que o interesse dele em mim não
passava de imaginação minha. Ele afirmou que o que tinha feito com a outra
rapariga não significava nada e que de certo modo tinha sido uma maneira de
testar o que eu sentia por ele. Ri-me mais uma vez e perguntei-me como é que
tínhamos sido tão parvos os dois e não nos tínhamos apercebido que estávamos
realmente interessados um no outro. Depois lembro-me de beijá-lo mais uma vez e
de ouvir alguém gritar o meu nome e correr para mim com um saco. Como tinha
dito, trajei na casa-de-banho muito a correr e foi aí que acabou o sonho.
Tenho uma imagem muito viva de
algumas partes deste delírio. A parte do beijo é a que me lembro melhor e a que
me deixa mais triste por tudo isto não passar de um sonho. E aqui está a miúda
de 15 anos a vir à tona. Não, podem rir-se à vontade. Eu deixo e até vos
acompanho que é para não chorar.
E sim, foi preciso este sonho para vir aqui escrever alguma coisa. Este blog está com mais teias de aranha que o curral onde a minha avó guarda as cebolas. Pode ser que depois dos exames eu venha aqui dar uma limpeza e contar-vos as novidades dos últimos tempos mas não prometo nada que é para não falhar.
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